Dandara Tonantzin publicou um vídeo em sua rede social comentando a decisão: “violar, agredir, tocar no corpo de uma mulher negra sem a sua permissão é simplesmente ser deselegante com uma dama?”

“A justiça brasileira não é cega, ela tem lado e não é o nosso”, publicou, em seu Facebook, Dandara Tonantzin Castro, 23, sobre uma denúncia de racismo feita por ela em abril deste ano. Ela, que é conselheira no Conselho Nacional de promoção da Igualdade Racial (CNPIR), postou um vídeo nesta segunda-feira, Dia da Consciência Negra, comentando o caso.

A publicação diz respeito ao arquivamento da denúncia feita por ela, em abril deste ano, quando teria tido seu turbante arrancado em uma festa de formatura em Uberlândia, no Triângulo Mineiro. Na época, Dandara publicou um relato em sua rede e teve o apoio milhares de pessoas que compartilharam sua história.

No documento, arquivado pelo juiz Dimas Borges de Paula em setembro deste ano, o promotor de justiça Sylvio Fausto de Oliveira Neto afirmou que os dois homens “não cometeram nenhuma infração penal”. O promotor também disse que atitude dos dois homens “ao simples fato de sorrir para a vítima em razão de sua indumentária” deve ser repreendida.

Neto também explicou, no documento, que eles não teriam usado “condutas com cunho exclusivamente racista”. “No mesmo sentido de sorrir para uma pessoa amiga, nesse caso o preconceito está inserido na alma da própria pessoa tida como vítima da expressão”, diz o texto.

Para Dandara, a descrição do promotor diz que “violar o corpo de uma mulher negra, encontrar sem permissão, é simplesmente ser ‘deselegante com uma dama'”. “E aí eu pergunto a vocês: violar, agredir, tocar no corpo de uma mulher negra sem a sua permissão é simplesmente ser deselegante com uma dama?”, provocou.

Fonte: Estado de Minas

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