Empresários participaram de toda a cadeia de produção, desde a colheita na lavoura até a escolha do processo de torra, que resultou em sabor e aromas exclusivos

De olho no paladar mais apurado dos consumidores que valorizam a origem e a qualidade dos produtos que adquirem, três cafeterias de Uberlândia lançam, no dia 28 de março, às 17h30, os Cafés Autorais – cafés de sabores exclusivos, produzidos especialmente para essas empresas. O evento será realizado na Mundo Café (Rua Coronel Manoel Alves, 67, Fundinho).

A ideia é parte do projeto Região do Cerrado Mineiro, desenvolvido pela Federação dos Cafeicultores do Cerrado em parceria com o Sebrae Minas, que tem o intuito de fomentar o consumo do café origem controlada e de alta qualidade. Os proprietários das cafeterias Café Calin, Cafeteria Pede Café e Café D’Casa participaram de todo o processo de produção.

Ainda no ano passado, os empreendedores foram às fazendas parceiras do projeto – Serra Negra, Congonhas (ambas em Patrocínio) e Dona Nenem, em Presidente Olegário -, para selecionar e colher os grãos manualmente e, junto com o produtor, escolher o processo de secagem e beneficiamento do café. Cada produtor colheu um micro lote com 30 quilos do grão, resultando em três variedades com sabor e aromas exclusivos.

Para certificação de origem e qualidade dos grãos, os produtores enviaram amostras à Federação dos Cafeicultores, que emitiu um laudo atestando a qualidade de cada um. “É considerado um café especial, o grão que recebe nota acima de 80 pontos, segundo os critérios de avaliação da Associação Americana de Cafés Especiais. Todos os três atingiram nota superior, revelando nuances diferentes e conquistando o Selo de Origem e Qualidade da Denominação de Origem Região do Cerrado Mineiro”, explica o superintendente da Federação, Juliano Tarabal.

Após a colheita e beneficiamento, os cafés foram enviados para o desenvolvimento do perfil de torra – processo em que os grãos de café são “torrados” com o objetivo de atingirem as melhores características de sabor, aroma e acidez. A barista (profissional especialista em cafés especiais) e mestre de torra Paula Dulgheroff será a responsável por esta fase. “O processo de torrefação e envase será feito mediante a demanda. Não serão torrados os 30 quilos de uma vez. Conforme o café for sendo vendido para consumo na loja, ou para o cliente fazer em casa, farei nova torra, para que o café esteja sempre fresco”, explica.

Para o produtor Gustavo Ribeiro, proprietário da Fazenda Congonhas, participar do projeto é uma oportunidade de abrir novos mercados para o produto. “É um projeto inovador e que agrega muito valor ao grão. Apresentar o ciclo produtivo do café ao cliente final nos confere ainda mais responsabilidade e, ao mesmo tempo, valorização do processo”, destaca. Já para a proprietária da cafeteria Café D’Casa, Ana Lívia Aquino, a experiência na fazenda significou mais conhecimento para conversar com o cliente sobre o produto. A oportunidade de servir um café exclusivo um fator de ampla diferenciação no mercado: “ter um café com embalagem, sabor e aroma personalizados valoriza meu produto e minha marca”.

Cafés diferenciados

Os Cafés Autorais são:

– Café Calin (Fazenda Serra Negra – Patrocínio – produtor André Nakao): café da variedade IAC 125 RN (IBC 12). Os grãos ficaram armazenados por 24 horas, passando por um processo de fermentação a seco, posteriormente, foi feita uma seca lenta, em terreiro aberto.

– Cafeteria Pede Café (Fazenda Congonhas – Patrocínio – produtor Gustavo Ribeiro): café Catuaí Amarelo. Foi feita uma seca lenta, chamada “grão a grão”, que é quando eles ficam bem esparramados, em uma fina camada, em terreiro sem cobertura;

– Café D’Casa (Fazenda Dona Nenem – Presidente Olegário – produtor Eduardo Pinheiro): café Catuaí vermelho. O café foi seco com redução da intensidade solar protegido por um sombrite, em caixa de nanolotes.

Projeto Região do Cerrado Mineiro

O Sebrae Minas atua no setor cafeeiro da Região do Cerrado Mineiro há quase 15 anos. A instituição oferece por meio do projeto EduCampo, capacitação e assistência gerencial para cerca de 400 produtores, acesso facilitado a certificações que propiciam a melhoria da qualidade do café e dos processos, e estímulo à internacionalização do produto.

A Região do Cerrado Mineiro se tornou a primeira e única área produtora de café do país a conquistar a Indicação de Procedência, em 2005. A parceria do Sebrae com as entidades representativas dos produtores na região resultou em mais uma conquista: a Denominação de Origem que é a versão mais sofisticada e completa das certificações com este fim, pois determina a região de procedência de 100% da matéria-prima, as características,  a qualidade da produção e, principalmente, o modo de produzir, próprio da Região.

Hoje, 939 fazendas da região estão credenciadas à Denominação de Origem. Elas respondem a 88,24 mil hectares, cerca de 42% do território demarcado. “O projeto dos Cafés Autorais é mais uma estratégia inovadora dentro do projeto Região do Cerrado Mineiro, focada em novas maneiras de se produzir e de se fazer negócios. A qualidade da nossa produção já é reconhecida e valorizada no mercado tradicional exportador e importador, que inclusive paga preços superiores pelos nossos cafés. Agora, precisamos valorizar o café no mercado interno de forma qualificada e com consumidores conscientes”, afirma o analista do Sebrae Minas, Ariel Sanchez. 

SERVIÇO

Lançamento Cafés Autorais

Data: 28 de março (terça-feira)

Horário: 17h30

Local: Mundo Café – Rua Coronel Manoel Alves, 67, Fundinho

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui